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Marcelo
Antony e Marcelo Cecyn , no Teatro Vivo, SP gentilmente fotografados por Dríades Carolina Da Rosa — em Teatro Vivo
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ÚLTIMO CAPÍTULO DA
NOVELA “AMOR A VIDA”
Comente: Por esses dias que
antecederam o último capítulo da novela “Amor à Vida” ouvi alguém falar que “não
existe perdão para quem joga um bebezinho em uma caçamba de lixo”, parei para
refletir na vulnerabilidade
de um incapaz, no direito à vida, no amargo arrependimento de um ato impensado em
um momento de desespero, no desamor e na incompreensão. Em muitos momentos durante o decorrer da novela
“Amor à Vida” apresentada pela emissora Rede Globo Tv e brilhantemente escrita
por Walcyr Carrasco, vi a vida sendo contada na ficção exatamente
como ela é, fatos que por tabu, uma sociedade conservadora prefere esconder de
baixo de tapetes, trancado num quartos ou até mesmo no antigo armário” por
preconceito ou ignorância. Acho ainda
que o autor nos casos homoafetivos, pegou leve ... a vida real é ainda muito
mais sórdida e cruel.
É admirável a atuação dos grandes
atores no teatro, na televisão e no cinema, me impressiona ver a vida real
sendo contada na ficção e assistir detalhes que nos remetem ao dia-dia. Eu sou
apaixonado pela dramaturgia brasileira, pelos grandes mestres o qual eu tomo como
referencia “MEUS IDOLOS”. Particularmente gostaria de chamar a atenção para os
personagens homoafetivos: Félix Khoury
vivido por “Mateus Solano” um dos personagens mais intrigante, que de vilão no
inicio da trama conquistou o público e o autor chegando no final como mocinho se redimindo de todo o mau
praticado no decorrer da novela, numa sucessão de mentiras e armações indignas
ao arrependimento e redenção, sem duvida um dos maiores trabalhos do ator e Eron
Lira Torgano vivido brilhantemente por “Marcello Antony” que apresenta
identidade homoafetiva diferente, Eron
por ser um homossexual bem aceito por sua família e amigos, mantém-se em uma
situação estável, assumido, porém sua vaidade o trai jogando-o no precipício da
sedução, da posição social, do poder, do preconceito. Também não menos
importante o personagem de Thiago Fragoso, aquele querido, meigo e sensível,
que deu um show de dignidade, carinho, e dedicação , dócil mais decidido e que completa
o núcleo dos homoafetivos da historia de Walcyr Carrasco que disse: “ O
politicamente correto virou uma obsessão. Sempre vão arranjar um motivo para
dizer que tal obra não deveria ir ao ar por esse ou por aquele motivo.”
A maravilha de um trabalho como
esse é o poder da reflexão, é fazer com que pensemos, uma reavaliação de nossos
atos e conceitos e isso o autor conseguiu, pelomenos nesse momento quando o Brasil
parou pra assistir o último capítulo na novela da Rede Globo e que lição de amor e dignidade o autor nos
deu, a lição foi tanta que até “o beijo gay” que durante anos e anos foi
esperado na teledramaturgia, ficou comum (vale exaltar a elegância dos atores Thiago Fragoso e Mateus Solano na execução do beijo). A
luta de um filho gay para conquistar o amor e o reconhecimento de seu pai
vivida pelo personagem “Felix” ( Mateus Solano) foi uma luta constante que se arrastou pela
novela toda “a cada capítulo uma tentativa, uma frustração” e isso é uma constante
na vida da maioria dos jovens homossexuais.... Quanto desentendimento, quanta rejeição
, quantas guerras travadas desnecessárias,
quanto tempo perdido, um tempo que não volta mais , um tempo vazio, um tempo de amor não vivido.
Parabéns para o autor pela obra
magnifica, parabéns aos atores pelo trabalho fantástico, parabéns a produção em
geral e em especial parabéns pela emissora levar ao ar uma obra tão real, uma verdade que
muitos ainda tentam deixar trancada num quarto ou sufocar num armário. Por: Marcelo Cecyn
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